Você já apresentou uma ideia para alguém que mal o olhava e, apenas, dizia “uhum” para sinalizar que estava ouvindo? Ou, então, conversou com um vendedor que pouco se importava com o seu problema e se mostrava ansioso para fechar a venda? Se essas situações já ocorreram na sua vida, você, certamente, não quer repeti-las com seus clientes ou colegas de trabalho. Para evitar que isso aconteça, é preciso conhecer o conceito de escuta ativa.
Neste artigo, vamos explicar por que essa tem se tornado uma característica fundamental para quem quer se destacar no ambiente de trabalho. Também mostraremos como ele auxilia na construção de relacionamentos interpessoais mais saudáveis e produtivos. Acompanhe!
Entenda o que é o conceito de escuta ativa
Ele se refere à capacidade de ouvir, verdadeiramente, a mensagem que está sendo transmitida, a fim de criar um vínculo com o interlocutor. Pessoas que praticam a escuta ativa conseguem se comunicar melhor. Isso porque se dedicam inteiramente ao que está sendo dito, tanto em palavras quanto em gestos e ações. Assim, conseguem compreender os desejos do outro e responder de maneira mais assertiva.
Não à toa, essa característica tem sido cada vez mais valorizada no mercado de trabalho. Independente do cargo, é preciso que todos em uma empresa tenham condições de se expressar de forma clara e objetiva. E ouvir, sem dúvida, é parte significativa desse processo.
Esse conceito é ainda mais relevante quando falamos em equipes de vendas e gestores. Para os primeiros, ajuda a colher mais informações sobre as dores do cliente e a fazer as perguntas certas. Enquanto isso, para os líderes, auxilia na construção de equipes mais coesas e engajadas ― uma pesquisa mostrou que quando os colaboradores se sentem verdadeiramente ouvidos pelos superiores, o envolvimento com o trabalho é 4,6 vezes maior.
Como a escuta ativa ajuda nos relacionamentos interpessoais
“Não há mistério acerca dos sucessos nos assuntos comerciais. Atenção exclusiva para a pessoa que lhe estiver falando é muito importante. Nada é tão lisonjeador como isso”. Essa frase, dita por Charles W. Eliot e publicada em Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de 1936, mostra que a escuta ativa é um conceito longe de ser considerado atual. Essa habilidade sempre foi, e sempre será, imprescindível para quem quer estabelecer boas relações interpessoais.
A escuta ativa influencia positivamente o ambiente de trabalho de diversas maneiras:
- aumenta a confiança: ao saber que a escuta ativa é uma constante, os colaboradores se sentem mais à vontade para expressar suas ideias;
- reduz os conflitos: uma vez que as pessoas se compreendem com clareza, minimizam-se os erros de comunicação e interpretação;
- potencializa a produtividade: ao eliminar os ruídos, o tempo de todos é melhor aproveitado;
- estimula o trabalho em equipe: como consequência, a colaboração é promovida.
É claro que a escuta ativa não deve ser praticada apenas nas relações de trabalho, mas em todas as esferas da vida. Por fim, veja algumas dicas que irão ajudá-lo a desenvolver essa qualidade.
O que você deve fazer para se tornar um bom ouvinte
A escuta ativa, assim como qualquer habilidade que se deseja adquirir ou aprimorar, precisa de treino e dedicação. Ou seja, mesmo um ato tão simples quanto ouvir exige que nos debrucemos sobre ele se quisermos nos tornar melhores.
A seguir, você conhecerá algumas dicas fundamentais para quem deseja transformar seus relacionamentos interpessoais por meio da escuta ativa.
Exercite a sua inteligência emocional
Para que a sua atenção possa estar voltada ao interlocutor, é preciso que seus pensamentos não estejam ocupados com os seus problemas. Ouvir é um exercício de empatia, e isso exige uma verdadeira imersão na fala do outro. Pessoas emocionalmente inteligentes têm a capacidade de reconhecer e gerenciar as próprias emoções, o que as permite “abrir espaço” para a escuta ativa.
Mas não apenas isso. A inteligência emocional tem sido cada vez mais procurada pelos contratantes, especialmente porque abre portas para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais importantes.
Estabeleça relações verdadeiras
Como mencionado há pouco, a escuta ativa é o ato de se envolver e conectar com a fala do outro, demonstrando interesse verdadeiro no que é dito. Entretanto, isso só acontece quando você estabelece uma relação sincera com seu interlocutor. Então, é importante que sejam eliminadas as distrações que possam ocorrer durante o diálogo ― telefones, e-mails e outras possíveis interrupções.
Esteja presente durante a conversa e mostre isso. Portanto, respeite os momentos de fala, não julgue o que for dito e concentre-se na mensagem que está sendo passada. Quando conversamos com alguém que nos presta esse tipo de atenção, é criado um vínculo de respeito e cooperação.
Escute mais que as palavras
A escuta ativa engloba mais que apenas ouvir atentamente as palavras que o interlocutor está emitindo. Por isso, deve-se atentar, também, para outros elementos do discurso que vão além: os gestos, o contexto, a escolha dos termos. Muitas vezes, uma única frase pode ter diferentes significados, dependendo do conjunto de sinais que a acompanha.
Essa regra vale também para quem está ouvindo. Não basta apenas prestar atenção, é preciso, também, mostrar que o seu foco está no interlocutor. Uma das passagens do célebre livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, do treinador e orador norte-americano Dale Carnegie, explicita a importância da comunicação não-verbal na escuta ativa:
“Enquanto o Dr. Eliot ouvia, seu silêncio não era mero silêncio, era uma forma de atividade. Sentava-se com corpo bastante ereto, as mãos juntadas sobre o colo, sem fazer menor movimento ― a não ser quando girava um dedão em torno do outro, ou muito depressa ou muito devagar ―, encarando o interlocutor e ouvindo tanto com os olhos quanto com os ouvidos. Ouvia com a mente e considerava atentamente o que você tinha a dizer enquanto o dizia… Ao final de uma entrevista, a pessoa que havia falado com ele sentia-se como se ele lhe tivesse dado algumas respostas”.
Invista no seu desenvolvimento
Como você pôde perceber, a escuta ativa pode ser a chave para melhorar seus relacionamentos interpessoais. Investir no seu desenvolvimento exige muita prática, afinal, nem sempre é fácil afastar os pensamentos e dedicar-se integralmente a ouvir o outro. Entretanto, é possível, sim, aprimorá-la por meio da educação corporativa e cursos voltados às áreas das relações humanas e desenvolvimento da liderança.
Um bom exemplo de como a educação pode trazer resultados reais para a sua vida vem de um dos cursos da Dale Carnegie, Desenvolva seu potencial de liderança: pare de fazer, comece a liderar. Nele, após fortalecer as competências trabalhadas nos encontros, uma das participantes pontuou avanços nos seguintes aspectos:
- Empatia: “conhecendo e entendendo as pessoas da minha equipe, pude encontrar a melhor forma de motivá-las, individualmente, e extrair resultados melhores”.
- Feedbacks: “hoje, são mais assertivos e dinâmicos. Isso se deve ao fato de eu ter conquistado uma percepção melhor em relação à comunicação com os outros”.
- Organização: “ao organizar meus compromissos, diminuí minha ansiedade. Agora, cada um deles tem dia e hora para serem cumpridos”.
- Escuta ativa: “escutar melhor a minha equipe, mesmo em conversas corriqueiras, faz com que eu possa utilizar dados e fatos, evitando, assim, gerar uma discussão”.
Essas habilidades, claro, refletiram diretamente nos resultados alcançados. “Ouvir me possibilitou engajar a equipe a alcançar os objetivos traçados, fazendo com que se sintam importantes para a empresa. Houve também uma diminuição drástica nos conflitos. Isso porque, ao escutar verdadeiramente, consigo ser mais ágil na resolução dos problemas. Todas essas mudanças culminaram em um aumento de 35,70% nas vendas em apenas 3 meses”.
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