Quatro maneiras de evitar que seus funcionários sofram burnout

Compartilhe o texto:   

Quatro maneiras de evitar que seus funcionários sofram burnout

“Esgotamento do colaborador” pode soar como um tópico de tendência de anos atrás, mas é tão real e prevalente agora quanto sempre foi. A Organização Mundial da Saúde (OMS) categorizou o esgotamento em 2019 como uma “síndrome conceituada a partir do estresse crônico no local de trabalho”, caracterizada por exaustão, negatividade ou cinismo e uma sensação diminuída de realização. Isso pode levar ao desengajamento, doenças físicas que exigem afastamento e até mesmo à procura de emprego, à medida que os colaboradores buscam novos horizontes.

Portanto, prevenir o esgotamento dos colaboradores antes que ele aconteça é do melhor interesse da organização, que se beneficia da contribuição coletiva de indivíduos engajados, promovendo alto desempenho em toda a empresa.

Impacto do esgotamento profissional em organizações e indivíduos

Pode parecer trivial, à primeira vista, se preocupar com a falta de engajamento de um colaborador ou sua exaustão, ou talvez até mesmo de um grupo pequeno. Mas algumas instâncias de esgotamento podem ter impactos significativos em um negócio. É provável que, se alguns colaboradores estiverem esgotados, os demais podem não estar longe disso.

Um estudo recente da Society for Human Resources Management (SHRM) revelou que 44% dos 1.405 colaboradores norte-americanos pesquisados se sentem esgotados no trabalho; 45% se sentem “emocionalmente exaustos”; e 51% dizem estar “esgotados” ao final do expediente.

As soluções para o esgotamento costumam ser menos dispendiosas do que lidar com suas consequências, que podem se manifestar de muitas formas. Colaboradores que sofrem de esgotamento apresentam maiores taxas de absenteísmo, levando à perda ou ineficiência no trabalho, o que custa tempo e dinheiro à empresa. Além disso, a exaustão física e mental pode causar erros dispendiosos ou até mesmo acidentes e ferimentos.

Quando se trata de rotatividade, os custos de substituição são muito maiores do que reter os colaboradores atuais. Dados da SHRM de 2022 indicam que os custos médios de recrutamento para cada contratação individual são de cerca de US$ 4.700. Quando consideramos custos “intangíveis”, como perda de produtividade e o tempo investido por líderes e gestores no processo de contratação, o custo aumenta significativamente, muitas vezes excedendo o salário do cargo em questão.

Por que isso é importante? Colaboradores que estão esgotados têm três vezes mais chances (45%) de estarem ativamente em busca de emprego do que seus colegas (16%) que não sofrem de esgotamento.

Outro “custo” importante é a perda de criatividade e produtividade. Colaboradores esgotados têm mais dificuldade em manter a motivação e estão menos propensos a se engajar na solução de problemas e na geração de ideias. Em alguns casos, podem até mesmo reter ideias valiosas, guardando-as para uma futura função ou empresa.

Causas do esgotamento profissional

Para lidar com o esgotamento, é necessário entender suas causas principais. Há diversas razões pelas quais um colaborador pode estar esgotado, incluindo um equilíbrio inadequado entre vida pessoal e profissional.

Uma pesquisa global recente da Dale Carnegie revelou que 30% dos colaboradores sentem que nunca conseguem se desconectar totalmente do trabalho, e apenas 24% estão muito satisfeitos com seu equilíbrio atual entre vida pessoal e profissional. Entre os fatores estão longas jornadas, horas extras frequentes e a expectativa de disponibilidade durante fins de semana e férias.

Outro aspecto crítico é o aumento das cargas de trabalho, frequentemente acompanhado pela redução de recursos disponíveis. Muitas empresas estão operando com equipes enxutas, buscando maximizar lucros, produtividade e valor para o consumidor, enquanto minimizam despesas e custos indiretos. Contudo, essas estratégias podem sobrecarregar os colaboradores, resultando em efeitos de longo prazo prejudiciais tanto para os indivíduos quanto para a organização.

Além disso, colaboradores frequentemente enfrentam baixa autonomia em suas funções. Sem controle sobre como ou quando realizam suas tarefas, podem sentir frustração e desconexão.

Por fim, a falta de reconhecimento é outro fator relevante. Mesmo em condições desafiadoras, colaboradores que se sentem valorizados por suas contribuições tendem a resistir melhor ao esgotamento.

Quatro maneiras de ajudar colaboradores com esgotamento

Lidar com o esgotamento dos colaboradores deve começar com a prevenção. Aqui estão quatro maneiras de combatê-lo antes que seus efeitos negativos se manifestem.

  1. Promova o equilíbrio entre vida pessoal e profissional

A pesquisa de trabalho em equipe da Dale Carnegie descobriu que 73% dos colaboradores que indicaram ter um bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional relataram impactos positivos nos resultados do trabalho. Essa conexão deve fazer com que os líderes tomem nota e considerem como as necessidades da empresa podem ser atendidas, ao mesmo tempo em que estão conscientes das necessidades dos colaboradores.

Essa questão não se resume a escolher entre um lado ou outro; o sucesso da empresa é diretamente impactado pelas percepções e experiências dos trabalhadores, especialmente em relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Incentive seus colaboradores a fazer pausas e tirar férias — e não espere deles envolvimento relacionado ao trabalho enquanto o fazem! Em uma pesquisa do Pew Research Center de 2023, 52% dos trabalhadores com tempo livre remunerado disseram que não sentem necessidade de usar todos os seus dias de férias, enquanto 49% se preocupam em ficar sobrecarregados ao retornar.

Ajude os colaboradores a encontrar um equilíbrio que os mantenha produtivos sem se esgotarem. Isso pode incluir:

  • Reduzir o estresse com cronogramas e expectativas mais realistas;
  • Reavaliar se todas as tarefas atribuídas são realmente necessárias ou agregam valor;
  • Ajustar processos para criar soluções que atendam tanto à empresa quanto aos funcionários.

Além disso, deixe claro que você valoriza a vida pessoal da sua equipe. Por exemplo, se enviar um e-mail fora do horário comercial, reforce que não há necessidade de responder até o horário de trabalho.

  1. Esteja atento aos motivadores intrínsecos
    Motivadores intrínsecos e extrínsecos desempenham papéis importantes no estímulo ao comportamento dos colaboradores. Enquanto os extrínsecos incluem fatores como recompensas financeiras, os intrínsecos vêm de dentro do indivíduo e incluem elementos como propósito, prazer, satisfação, realização e crescimento pessoal.

Pesquisas mostram que a motivação intrínseca está fortemente relacionada ao bem-estar psicológico, à criatividade e ao desempenho geral no trabalho. No entanto, como essa motivação é subjetiva, líderes e gestores não podem simplesmente observá-la. É necessário construir um relacionamento genuíno com os colaboradores, demonstrando interesse profissional e pessoal.

Converse com sua equipe para entender suas aspirações, metas e o que os move. Com esse conhecimento, será possível alinhar os objetivos individuais ao propósito da empresa, fortalecendo o vínculo e o engajamento.

  1. Promova a autonomia e o empoderamento
    Dê aos colaboradores mais autonomia para tomar decisões em suas funções. Embora isso possa ser desafiador, a autonomia no trabalho traz inúmeros benefícios, como maior responsabilidade, engajamento e senso de propriedade sobre os resultados.

Pesquisas sugerem que empresas podem reformular as funções para incluir mais autonomia, balanceando as necessidades da organização com as preferências dos colaboradores. Isso envolve permitir maior controle sobre suas tarefas e decisões, mas sem abdicar completamente de supervisão.

Além da autonomia, é essencial investir no empoderamento dos colaboradores, o que inclui:

  • Reconhecer e atender aos motivadores intrínsecos;
  • Criar uma cultura de confiança;
  • Fornecer treinamento técnico e comportamental para apoiar o sucesso da equipe.

Capacite os colaboradores oferecendo caminhos claros de crescimento e oportunidades de desenvolvimento. Assim, eles estarão mais preparados para assumir a responsabilidade pela própria trajetória profissional.

  1. Forneça reconhecimento e apreciação
    Reconhecer o esforço e as conquistas dos colaboradores é fundamental para mantê-los engajados e felizes. Como aponta o segundo princípio de Dale Carnegie: “Dê apreciação honesta e sincera.”

Faça do reconhecimento uma prática comum dentro da cultura organizacional. Celebre conquistas — grandes e pequenas — e mostre aos funcionários que suas contribuições são valorizadas.

Na Pesquisa sobre trabalho na América de 2023, conduzida pela American Psychological Association, 66% dos entrevistados afirmaram que é muito importante sentir-se respeitados no trabalho. Colaboradores que se sentem valorizados se mostram mais conectados e engajados com suas tarefas e a missão da empresa.

Tome uma atitude
Compreender como gerenciar o esgotamento é apenas o começo. Sem ações concretas, até o melhor plano não terá resultados. É nesse ponto que o treinamento profissional pode fazer a diferença, ajudando líderes e gestores a implementar estratégias eficazes para reduzir o esgotamento.

Os princípios ensinados por Dale Carnegie continuam atuais e são aplicados em nossos treinamentos, que abordam questões reais e oferecem soluções práticas para melhorar o bem-estar organizacional.

Para saber mais, acesse os recursos disponíveis ou encontre um parceiro local da Dale Carnegie.

Robert A. Coleman, Ph.D.

Robert A. Coleman, Ph.D., é o diretor de pesquisa e liderança de pensamento da Dale Carnegie and Associates, onde é responsável por pesquisas contínuas sobre questões atuais enfrentadas por líderes, funcionários e organizações em todo o mundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.